sábado, 24 de abril de 2010

Durkheim versus Marx


De acordo com o horizonte intelectual de sua época, acreditava Durkheim no aperfeiçoamento moral da humanidade, o que pressupunha conceber as transformações econômicas como insuficientes para regenerar os laços sociais esgarçados pelos conflitos característicos de uma sociedade em transição. Por partilhar de uma visão evolucionista da sociedade, Durkheim enxergou os conflitos de sua época como transitórios e não estruturais, vendo-os como o efeito passageiro de uma ruptura que prenunciava uma nova moral, onde os indivíduos seriam levados a aceitar as funções que lhes coubessem na hierarquia social. Tal crença no caráter transitório e não estrutural dos conflitos traduz com clareza sua concepção orgânico-evolucionista de sociedade. Por isso Durkheim acreditava que a sociedade evoluía através de reformas que aperfeiçoavam a sociedade. Os conflitos não necessariamente deveriam levar a uma revolução como solução dos novos fatos sociais que se apresentavam, mesmo porque o surgimento desses fatos é constante, assim como o processo reformista da sociedade também o é.
Segundo Marx, a sociedade só poderia evoluir através de revolução, e a próxima e última revolução que a sociedade deveria passar era a socialista. No seu manifesto Marx cita a revolução burguesa (francesa) que levou a ruptura do modelo econômico e social que dominava o mundo antes do atual, sobretudo os principais aspectos que ela modificou na sociedade, segundo Marx: “Vemos, portanto, como a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de revoluções (Umwälzungen) nos meios de produção e de transporte.” Assim como a burguesia assumiu papel como classe dominante da sociedade, destruindo o poder monárquico e religioso, o proletariado deveria assumir através da revolução socialista.
Particularmente, acredito que a teoria de Durkheim favorece as classes dominantes e é uma ideia que prevalece até hoje, de que os problemas são superficiais e não estruturais, portanto não concordo. E a de Marx, é uma ideia socialista que visa uma revolução, não acho que seja funcional, como exemplo a sociedade cubana, portanto não concordo também. Faz-se necessária uma teoria mais realista, aplicável a sociedade contemporânea.

2 comentários:

Ariadne disse...

A teoria de Durkheim é confortável, pensar em toda uma nova estrutura seria um tanto quanto chato,demorado,trabalhoso...É fácil simplesmente calar a boca do povo com bolsa isso, aquilo e aquilo outro, assim eles param de encher o saco e depois de uns três anos perder algum tempo pensando em um novo jeito de enganar o povo.

A parte de Marx não ficou muito clara pra mim, ele queria um modelo socialista?E então iria ter igualdade total de classes sociais.

“Para caracterizar uma sociedade exclusivamente socialista é necessário que estejam presentes os seguintes elementos: limitação do direito à propriedade privada, controle dos principais recursos econômicos ‘pelos poderes públicos’ com a finalidade, teórica, de promover a igualdade social, política e jurídica.”

Grifando “pelos poderes públicos”, quer dizer que a igualdade total não existiria.Não teria um rei mandando ou sacerdote para impor coisas, mas 'outro' denominado "poder público". =]

Ariadne disse...

'perde-se algum tempo pensando em um novo jeito de enganá-los'
[erro no primeiro paragrafo.