terça-feira, 16 de junho de 2009

Indizível...


Há pessoas no mundo, ou melhor em nosso convívio que se julgam ser o que não são. Frase feia, extremamente clichê. Diz-se das pessoas que ostentam roupas caras, de marca, carros e jóias, mesmo que suas contas bancárias estejam no vermelho e seus nomes registrados no serviço de proteção ao crédito, pessoas que querem ser o que não são.

Em geral esse tipo de pessoas são fúteis, não conseguem enxergar além das aparências e valorizam o que de menos valor podemos ter: posses. Sendo esse quadro em si um tanto triste, ainda não é o mais terrível. Porque apesar do vazio existente nesse tipo de pessoa, elas em geral sorriem e conseguem sentir satisfação e prazer com a compra de um sapato ou com o olhar de inveja de alguma amiga.

Pior que isso, sim, é quando a pessoa quer ser o que não é, em se tratando de nível intelectual.

Acontece que QI não se vende nas lojas da GUCCI, nem vem de brinde com uma bolsa FENDI. A intelectualidade pode presentear o ser humano de algumas maneiras. A primeira delas é involuntária, congênita e acontece com qualquer tipo de pessoa. Desde o filho do chefe geral e presidenteda multinacional, até o filho da mãe solteira moradora de rua e afro-brasileira.

Ou seja, QI não se compra.

Outra maneira é voluntária, menos democrática, porém passível de desvios, acontece apenas aos pacientes, que tenham acesso aos bancos escolares, bibliotecas, entre outros meios de acesso ao saber e ao conhecimento mundial.

A primeira maneira é segura, é quando o indivíduo nasce com o seu QI avantajado, portanto a inteligência lhes é inata, o controle sobre ela é inerente ao sujeito e dele é todo o mérito por suas conquistas. Da segunda maneira a intelectualidade pode ser "construída", "trabalhada" e "lapidada", seja através de livros ou mestres. Portanto qualquer um que tenha tempo ou posses pode, de alguma maneira, tornar-se inteligente, quando essa faculdade não lhe tenha sido presenteada ao nascer.

Porém há quem tente, e não se esmere, no caminho árduo do conhecimento construído e talvez por posição social, ou avanço cronológico, ou até por, em algum momento da vida, se encontrar em posição de poder, sinta-se no direito de ser o que não é e use de artifícios retóricos adquiridos para convencer os que lhe cercam de que sua superioridade é autêntica.

Mas esse quadro se torna extremamente triste quando o indivíduo em si tem consciência de que a autenticidade de sua superioridade não existe. Esse tipo de pessoa é ainda mais infeliz do que aquela que compra um sapato ou um carro novo, pois sua consciência lhe culpa o tempo todo e ela não sorri.

Dificilmente se sente satisfeita com alguma coisa e sabe que quase nunca tem mérito em suas conquistas. Dinheiro nenhum do mundo pode comprar superioridade intelectual e a mediocridade marca essas pessoas, que não aos outros, mas a si mesmas tentam convencer do que são, e morrem tentando.


P.S.: Estou de Férias.

Um comentário:

Anônimo disse...

bom.. é pra alguem em especial o post? #curiosoMESMO!!!
kkkk
até +