quarta-feira, 13 de maio de 2009

UTI para a Educação - parte II

"Educação vem de berço". Todo mundo já ouviu essa frase. Há bem pouco tempo essa máxima era verdadeira, no entanto com o desgaste social pelo qual passamos ela se tornou questionável.
Enquanto há vinte anos atrás, nossas mães já nos mandava praticamente alfabetizados pra escola, no pré-escolar, hoje nos deparamos com alunos totalmente despreparados, semialfabetizados nas séries finais do ensino fundamental, além de, em sua grande maioria, alunos sem noções de respeito, ética e disciplina. Um alunado problemático, carente de um sistema educacional estruturado, capaz de orientá-lo, instruí-lo e informá-lo de acordo com as necessidades de uma sociedade cada vez mais exigente e veloz, pontos que tornam o trabalho do educador uma batalha extremamente desafiadora, que exige força, inteligência, preparo físico, psicológico e intelectual e principalmente criatividade. Em outras palavras: o educador deve ser um superprofissional.
Mas onde encontrar esse profissional?
Segundo a LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu "Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana..." Aqui a máxima do início cai por terra.
A família já transmitiu esse dever pra escola há muito tempo, portanto a educação, já não vem de berço.
O Estado por sua vez, tenta oferecer cursos de graduação que preparem os profissionais para atender a essa demanda, no entanto a organização dos cursos e do sistema de ensino é feita por pessoas que não atuam diretamente na educação, o que torna essa organização burocrática, fraca e longe da realidade.
E por último, os candidatos a educadores. Um ponto de extrema pertinência.
Eu costumo dizer aos meus alunos de teatro, que não é possível se formar ator. Ninguém aprende a ser ator. O ator já nasce ator, é um dom, uma vocação.
E hoje, acho que a mesma regra se aplica aos educadores. Ninguém nasce educador, o educador nasce, é um dom, uma vocação.
E esse é um dos problemas do sistema educacional brasileiro.
Precisamos desse paliativo para a educação: PROFESSORES VOCACIONADOS.
E eles não são feitos nos meios acadêmicos.
Tendo em vista que a educação é a base da sociedade (perdoem-me o clichê), não podemos aceitar educadores que não tenham, pelo menos, consciência da importância de seu papel na formação dos cidadão. Todas as camadas da sociedade passam pela escola, desde o padeiro até o médico, o engenheiro.
Portanto a missão do educador é de uma responsabilidade sem igual.
Todavia o que encontramos nos bancos dos cursos de licenciatura, perdoem-me a generalização, são pessoas que não conseguiram ingressar em outros cursos, ou que optaram pela licenciatura pela facilidade de acesso ao mercado de trabalho, entre tantos outros motivos, salvo algumas exceções de pessoas vocacionadas e que pensam em fazer a diferença, pensando realmente nos ideais de solidariedade citados acima. O que traz para dentro de nossas escolas os que eu chamo de professores de emprego, preocupados mais com o salário ao final do mês, do que com sua função social.

9 comentários:

Regina Rodrigues Freitas disse...

Eita menino que pensa!
Já falamos muito sobre essa paixão comum.
Ser professor é realmente uma opção para quem deseja fazer a diferença que só se faz,fazendo.
Adoro esse blog!Bjussss Rê

Anônimo disse...

PEGAR O LIVRO MAIS PRÓXIMO, ABRIR NA PÁGINA 161, PROCURAR A QUINTA FRASE E POSTAR

Flávia disse...

Ai Dennis, fiquei viciada em seu blog e já estou já esperando a parte III de sua postagem...kkkk
Você escreve muiitoo...Martha Medeiros, Clarice Lispector e Dennis William falam por mim...rsrsrs
Adoorooo..
Beijos

D.N. Williams disse...

"O chão rachado de profundas rugas delirava"
Histórias para Ex-crianças - volume I
Fernand Alphen, pág. 161

Anônimo disse...

http://quimeraufana.blogspot.com/2005/10/incios-para-livros-1-edio.html

Este é um dos lugares mais massa da net. No que se refere a produção de textos literários, vc vai entender porquê.

Gigi Jardim disse...

Salve Dennis.

Que blog bom esse seu.

Eu geralmente confio no feeling do Sr. do Vale, mas dinheiro e canja de galinha - reza a lenda - não faz a ninguém, certo? Feito cautela.

Melhor que clichês eu prefiro tudo ao vivo e em cores mesmo.

Espero que você contamine muitos educadores com a sua paixão.

Assim, quem sabe, esse eterno país do futuro tenha um futuro realmente.

Apareça n'O Divã: http://www.loirinhamah.blogspot.com

Marô disse...

Dennis,
Professor sofre,né?

Pelamordedeus!!(tudojunto...rs)
Olha,aqui tudo bem!
De TPM,tentando parar de comer,de fumar,de reclamar...rs
Tá osso!!!
Você escreve muiiiito bem!!
Quero ver o conto logo!Prontofalei!
Beijos

Unknown disse...

Nan! (Se assim posso me dirigir)
Realmente o conceito de educação se perdeu ou então se distorceu, já nem sei mais ao certo, mas certo mesmo, é além de existirem educadores, nos quais aguardam anciosamente e apenas o salário no final do mês, como você disse antes, há também aqueles, que não tem a mínima noção pedagógica em sala de aula. Metologia "0,0", rs! Quanto à educação.. hummm.. temos que educar alunos e além (os pais). Francamente!

RS (rasgação de seda): Adorei o seu blog.. como sempre escrevendo muito bem.. sempre tenho orgulho de vc meu amigo!

Anônimo disse...

Adorei o post. E sempre fui sua fã.
Abraço.
Tia C.